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Blog Força e Voz - Oposição Sintep-pb: GREVE VITORIOSA OU TRAIDA?

sábado, 15 de maio de 2010

GREVE VITORIOSA OU TRAIDA?

A greve da educação pública estadual em 2010 nos trouxe uma importante lição, a de que só a luta pode verdadeiramente promover mudanças nas nossas vidas, só que é preciso ter uma direção disposta a lutar para que essas mudanças aconteçam.
No XX Congresso dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação do Estado da Paraíba, realizado em Outubro de 2009 foi aprovado que nós não iniciaríamos o ano letivo de 2010 caso o Governador não aceitasse a nossa pauta de reivindicações, que continha questões importantes para a educação e o ponto fundamental era a garantia do pagamento do piso nacional na sua integralidade. A direção do SINTEP recebeu do congresso a tarefa de preparar a categoria para a ação.
Ação essa que deveria acontecer nos meses seguintes ao congresso e que antecediam o início do ano letivo marcado para 03 de fevereiro de 2010, após árduos três meses, a direção convoca uma assembléia no dia 29 de janeiro que deveria ter sido a data para deflagrarmos a greve e com o discurso de que o carnaval iria atrapalhar o movimento propõe que descemos início ao ano letivo, e conseqüentemente mais tempo ao governador, e numa nova assembléia marcada para o dia 26 de fevereiro definiríamos sobre a greve.
O fato é que durante os meses que se passaram entre o congresso e a realização da assembléia, a direção do SINTEP nada fez para construir o clima de greve tão ansiado pela categoria. O próprio diretor da primeira regional afirmou na assembléia que a direção só tinha visitado cerca 40% da regional, pasmem, nós estamos falando da regional mais importante do estado, e do processo de encaminhamento para uma greve aprovada em congresso e a direção de forma oportuna ou negligente não constrói a greve e assim dá mais tempo as artimanhas de governador Maranhão.
Finalmente a greve foi aprovada no dia 26 e a categoria prontamente deu demonstrações da sua indignação com o governo e da sua disposição para a luta, durante os 30 dias de greve a média de escolas paralisadas era superior a 80% em todo o estado, porém esse alto índice de paralisação nas escolas (o maior da história) não se refletiu na participação da categoria nas atividades de greve promovidas pela direção do SINTEP, como isso se explica?
Alguns irão dizer que é comum trabalhadores fazerem greve e ficarem em casa, outros dirão que está relacionado à conjuntura que vivemos um momento de refluxo, nós caracterizamos diferente, para nós que fazemos a oposição a direção majoritária do SINTEP o principal culpado é a própria direção. A categoria prontamente aderiu a convocação da greve por que estava descontente com suas condições de trabalho e pronta para a luta, mas essa mesma categoria não participou das atividades promovidas pelo sindicato por que não confia nessa direção, não se sente representada por ela, não acredita que essa direção que está há décadas a frente desse sindicato esteja realmente disposta a enfrentar o governo Maranhão.
Nesse longo período de greve o que se viu nos bastidores foi uma direção apática, que em poucos momentos construiu a greve, a maioria da direção só comparecia aos eventos de massa o que para nós é importante, mas não é o único papel de um diretor de sindicato, principalmente num momento de luta.
Estaríamos mentido se disséssemos que foram todos os diretores, existiram valorosos membros da direção e membros da base que faziam parte do comando de greve e até mesmo alguns que nem do comando eram, que levaram essa greve praticamente nas costa, realizando piquetes de visitas as escolas abertas, indo a imprensa, elaborando atividades para a greve e participando ativamente das negociações.
O governador Maranhão deu uma clara demonstração de que não tem o mínimo de respeito pela categoria, nos levou a uma greve de 30 dias graças a sua intransigência e saímos desse movimento com pouca coisa para se comemorar. A direção do SINTEP festeja como grande vitória os 7,86% retroativos a janeiro e mais uma promessa de 5% na carreira (classes) em Dezembro, caso o orçamento do estado permita, em acordo a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Nós que fazemos oposição a direção majoritária do SINTEP, acreditamos que a única coisa para se comemorar é a forma honrosa com que a categoria participou da greve, o que há para se comemorar se ganhamos 7,86% no lugar da integralidade? O que há para se comemorar quando não temos nenhuma garantia de recebermos os 5% em Dezembro? O que há para comemorar quando findou o mês de abril e o governador não chamou o restante dos aprovados no concurso? O que temos para festejar se continuamos com 300 escolas sem condições de funcionamento?
Na assembléia que votou o fim da greve, numa votação que foi 116 a favor e 92 contrários, o quadro era o seguinte: das doze regionais, apenas três tinham aprovado a retorno às aulas, a própria direção afirmava que ainda tinha 80% da categoria paralisada, mas com um discurso terrorista de que a partir da segunda-feira, cinco de abril, não teria mais condições de segurar o movimento, aterrorizava os trabalhadores se utilizando da legislação eleitoral que impede os governantes de darem aumento no período de seis meses que antecedem as eleições. Assim a direção nos empurrava o calendário eleitoral como justificativa para o fim da greve.
Mais uma vez resgatamos o que foi dito acima sobre a manobra da direção do SINTEP em não deflagrar a greve no início do ano letivo, assim perdemos um mês de greve e o calendário eleitoral acabou virando um argumento para acabar com o movimento paredista. Sabemos que na direção do SINTEP tem de tudo, mas só agora tomamos consciência de que existem videntes que podem prever o futuro do movimento ao afirmarem com tanta certeza o dia em que os trabalhadores em greve iriam abandonar o movimento.
Na verdade a direção do SINTEP viu naquela assembléia a oportunidade de por fim ao movimento, a um movimento que ela nunca quis e que durante todos os momentos que pode tentou acabar com ele e a base não permitia.
Mesmo com o fim da greve as nossas tarefas não se acabaram, temos novas tarefas e debates que devem ser travados no interior da categoria. O SINTEP tem uma direção que está ha décadas enfurnada dentro do sindicato vivendo dos benefícios que a burocracia sindical promove, dentre os diretores existem até alguns lutadores, mas que na sua maioria estão acomodados pela situação vigente.
A única forma de garantirmos conquistas é lutarmos por elas e temos que ter uma direção que organize a categoria para isso, é por isso que nós que fazemos oposição a direção majoritária do SINTEP conclamamos a todos os trabalhadores e trabalhadoras em educação do estado da Paraíba a se engajarem em nosso grupo ou a participarem cada vez mais das instancias a atividades promovidas pelo sindicato, para que assim possamos realmente promover mudanças estruturais em nossas em nosso sindicato, em nossa categoria e em nossas vidas.

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