Josef Stalin foi o dirigente da União Soviética por quase 30 anos. Nesses anos sua personalidade, e não sua administração foi destaque. Vindo das classes populares, era autoritário, personalista, narcisista e não admitia crítica de nenhuma espécie. Fez da URSS um império burocrático centralizado na sua pessoa. Qualquer um que o criticasse era perseguido feroz e implacavelmente.
A descrição acima é suficiente para estabelecer o paralelo que iremos traçar entre Stalin, o homem de aço, e sua contraparte paraibana Ricardo “Stalin” Coutinho, o “Mago”, ou, como vamos chama-lo daqui em diante Stalin Coutinho.
Stalin Coutinho, o paraibano, assim como Stalin, o russo, é egresso das classes populares e construiu sua história na luta operária sindical e popular. Participou durante toda a sua vida adulta dos estágios políticos que o conduziram posteriormente ao poder e que deviam ter feito dele um governante tolerante e democrático, assim como aconteceu com o russo, algo desviou também o paraibano.
Stalin Coutinho foi do movimento estudantil, cresceu no movimento sindical atuando na saúde, tornou-se vereador e deputado estadual sempre atuando no campo democrático e popular. Era um defensor incansável das classes trabalhadoras. Então, tornou-se prefeito...
Iniciava-se um tempo negro. Sua personalidade, assim como a do russo ao se tornar líder da URSS, deu uma guinada para outros rumos. O Stalin prefeito de João Pessoa começou a exibir todo o seu personalismo e seu caráter centralizador. Nos oito anos que esteve à frente da prefeitura mostrou-se um “bom” administrador nos moldes capitalistas: perseguiu trabalhadores, preocupou-se mais com contas que com pessoas, reprimiu alguns desses trabalhadores até mesmo fisicamente, caso dos camelôs da Lagoa, mas sua trajetória ditatorial estava apenas começando.
Stalin Coutinho chega ao governo do Estado:
Aqui começa a fase madura e suas semelhanças ao russo se acentuam de tal maneira que em menos de seis meses frente ao Governo da Paraíba já agrediu estudantes, perseguiu e massacrou trabalhadores de vários setores, e, o mais absurdo, cortou, ilegalmente, salários de trabalhadores em greve.
Stalin Coutinho, autoritário, personalista, narcisista, não admite nenhuma espécie de crítica ou insubordinação. Assim, desde os primeiros dias de governo, suas principais ações são as de repressão da classe trabalhadora que ousou, contra suas ordens, brigar por melhores salários, ou melhor, pelo cumprimento das promessas do próprio Stalin Coutinho enquanto ainda era candidato.
Primeiro foram os policiais militares, civis e bombeiros. Depois os médicos e demais servidores da saúde. Ai então, entram em cena os trabalhadores em educação. Esses últimos tinham uma reivindicação básica: o cumprimento da lei do Piso Salarial Nacional, durante quatro meses tentou-se uma saída negociada, mas Stalin Coutinho não admitia que ninguém o contestasse de nenhuma maneira e não quis de modo algum obedecer a lei, afinal, quem era a lei para dizer o que ele ia ou não fazer.
Dado o impasse os trabalhadores em educação puseram-se em greve na luta por seu direito. Foi então que a verdadeira face de Stalin Coutinho pode ser vista. Desde o primeiro dia de greve recursou-se a sentar com os trabalhadores em educação para negociar, em vez disso iniciou uma campanha de terror ameaçando a demissão de temporários, a exoneração de diretores etc.
Chamaram Stalin Coutinho de neoliberal, direita e outras coisas, durante a greve, mas isso tudo foi um equivoco. Como podem ver, pelas semelhanças com Stalin, o “Mago” não é um liberal, mas o último representante do socialismo burocrático, centralista e personalista do dirigente russo. Ele detém agora um titulo inédito para os governantes egressos de esquerda, é o único deles que cortou ponto de trabalhador em greve, assaltando de maneira vil o salário suado e contado daquelas pessoas que há bem pouco tempo atrás jurava defender contra os desmandos dos oligarcas paraibanos.
Stalin Coutinho usa todo o seu poder contra os trabalhadores, seguindo a cartilha do socialismo do leste europeu, precisamos então, unir os trabalhadores em educação e a comunidade escolar para acabar com seus desmandos. Parafraseando Marx: trabalhadores em educação uni-vos, tudo que tem a perder são as correntes com que o Mago de Aço quer nos prender.
Dídimo Matos
Oposição ao SINTEP